Lego não vai produzir peças com plástico reciclado
De acordo com a fabricante de brinquedos, os testes revelaram que a iniciativa não resultaria na redução das emissões de carbono.
A empresa alegou que o processo de fabricação com plástico reciclado seria mais poluente do que o atual, que utiliza plástico à base de petróleo. A decisão da fabricante de brinquedos veio após anos de testes com tereftalato de polietileno reciclado (PET) como uma alternativa mais ecológica ao acrilonitrila butadieno estireno (ABS), o material predominante em seus produtos.
A Lego comprometeu-se a usar apenas materiais sustentáveis em seus produtos e a reduzir suas emissões de carbono em 37% até 2032, em comparação com os níveis de 2019. Há dois anos, a empresa apresentou um protótipo de peça feito de PET reciclado, proveniente de garrafas de água e refrigerante. No entanto, os testes realizados desde então revelaram que a produção com material reciclado exigiria investimentos em novos equipamentos e envolveria etapas adicionais no processo de fabricação, resultando em um aumento da poluição.
A iniciativa da Lego destaca as dificuldades enfrentadas pelas empresas ao tentar adaptar seus produtos e processos em resposta à crise climática.
“Decidimos não prosseguir com a fabricação de peças a partir de PET reciclado após mais de três anos de testes, pois descobrimos que o material não conseguia reduzir as emissões de carbono”, explicou o porta-voz.
Além disso, os testes revelaram que o plástico reciclado não era tão durável ou seguro quanto o ABS, e não possuía o mesmo “poder de aderência” necessário para que os tijolos se conectem e se separem facilmente, acrescentou o porta-voz.
No entanto, a Lego “não abandona o seu esforço para fabricar tijolos sem petróleo” e permanece “totalmente comprometida em produzir peças a partir de materiais sustentáveis até 2032”.
O PET reciclado é apenas um entre centenas de materiais testados pela empresa como possíveis substitutos para o ABS, segundo o porta-voz.